[Novel] Watashi no Shiawase na Kekkon - Capítulo 4 (português)

 

Olá para você que está lendo este post!

O Natal é minha época favorita do ano, então como um presente de Natal para quem está gostando dessa história (e da minha tradução leiga 😆), vamos ter um “combo” de WSK aqui no blog. Hoje liberei o capítulo 4, o 5 sai amanhã, e o 6º sai no dia 25 para fechar o combo (e bem em um ponto interessante da trama).

Dito isso desejo a todos desde já um Feliz Natal e Próspero Ano Novo! Espero que aproveitem a leitura.


             


Capítulo 4

Uma Estranha Noiva


Força Tarefa Especial Anti-Sobrenatural.

Um time de usuários de habilidade que eram extraordinários mesmo dentro do Exército Imperial.  Um time feito para investigar e lidar com todos os casos paranormais que ocorriam no Império.

O time era basicamente composto de pessoas que possuíam Visão Paranormal -a habilidade de ver o sobrenatural, ou a habilidade de manipular o que estava além da compreensão humana. Desde o princípio, usuários de habilidades e aqueles com Visão Paranormal eram escassos. Motivo pelo qual poucos sabiam da existência desse departamento de uns poucos escolhidos da elite.

E o líder de tal time, Major Kudou Kiyoka, estava atualmente ocupado com documentos.

O Capitão, apesar de ser a pessoa mais capaz no esquadrão, estava frequentemente afundado em papelada e era raramente visto em campo. Ainda que claro, quando apareciam casos particularmente problemáticos, ele apareceria no campo. Além disso, ele também poderia sair sob ordens superiores, dependendo da situação. Contudo, no momento, ele estava focado em lidar com toda a papelada acumulada.

Mas, havia algo fora do normal hoje. Por alguma razão, ele não parecia capaz de se concentrar.

Kiyoka sabia exatamente o motivo. O que havia ocorrido naquela manhã o estava roendo. Mas apesar de saber a razão, não havia nada que ele pudesse fazer.

Eu não sei o que você pôs aqui, então não posso comer isso.

Kiyoka cuspiu essas palavras e saiu do cômodo. Yurie correu atrás dele para resmungar de suas ações enquanto ele se aprontava para sair para o trabalho.

“Jovem mestre, de qualquer forma, eu não acho que houvesse necessidade de dizer tais coisas! Miyo-sama trabalhou duro para preparar a refeição. Yurie não acha que ela seja alguém que faria algo como envenenar a comida.”

Desde antes, ele não podia falar contra Yurie, que era como uma mãe para ele. Contudo, ele não planejava voltar atrás em suas ações. Era natural que ele não pudesse consumir comida feita por alguém que ele mal conhecia e não confiava. Além do que, ela era a filha dos Saimori. Não seria surpreendente que aquela família tramasse para enterrar o chefe da família Kudou. Se esse fosse o caso, a família Saimori seria capaz de substituí-los e alcançar uma posição mais elevada.

Portanto, não era estranho que ele fosse cauteloso com Miyo. Ainda que não fosse preciso dizer isso a Yurie. Não cairia bem para Yurie, que não havia considerado isso.

“Jovem mestre, está ouvindo?”

“Ah ah, eu te ouvi.”

Em outras palavras, o que Yurie queria dizer era que essa mulher chamada Saimori Miyo era diferente de todas as outras candidatas.

Até o momento, ele havia tido muitas candidatas. Tantas que não se podia nem manter a conta com ambas as mãos e pés. Contudo, a maioria dessas mulheres estavam fora de cogitação para um compromisso. Algumas expressaram um forte desdém por uma casa tão simples e se recusaram a colocar mesmo um pé nela. Enquanto outras foram escolhidas pelo fato de que o chefe da família Kudou vivia em uma casa tão pequena. Também haviam aquelas que constantemente tentavam seduzir Kiyoka enquanto abusavam de Yurie por suas costas. E aquelas que fizeram uma grande confusão por causa da comida e dos quartos com os quais foram providas.

Ainda que fosse de fato raro para um chefe de uma prestigiosa família viver um estilo de vida tão simples e plano. Elas deveriam ter tentado entendê-lo. Ainda assim, como candidatas ao casamento, essas pessoas se recusaram a fazer isso e inflexivelmente se agarraram a suas noções pré-concebidas sobre ele.

Essas mulheres arrogantes e pretensiosas que agiam de forma altiva e poderosa. Ainda que ele não as negasse, ele também não as recebia. E no final, as conversas de casamento sempre acabam falhando.

“Yurie ficou feliz porque ela foi a primeira pessoa que se ofereceu para me ajudar.”

“...É mesmo”

Quando ele deixou a sala de estar há pouco, ele captou brevemente um vislumbre de Miyo, parecendo que estava prestes a chorar. Falando diretamente, ela era definitivamente diferente de todas as mulheres que vieram antes.

Contudo, enquanto ele se aprontava para sair para trabalhar, Miyo voltou para o seu eu inexpressivo e o despediu na entrada.

“Faça uma boa viagem.”[1]

Ela disse em um tom calmo. O que aconteceu com aquele ar de quem estava prestes a chorar?

“Estou saindo.”[2]

Miyo se curvou profundamente, exatamente como uma serviçal faria.

Que tipo de educação ela tinha recebido enquanto crescia? Se ela tinha sido criada como a filha de uma família famosa, não tinha como ela ter ficado assim.

Vamos observar por agora.

Kiyoka lidou com seus documentos enquanto pensava sobre o assunto envolvendo Miyo.

Originalmente ele tinha planejado forçá-la a ir embora o mais cedo possível, como ele havia feito antes. Contudo, essa era a primeira vez que Yurie tinha se pronunciado assim por alguém, então ele não podia simplesmente se livrar dela. Além disso, ele tinha de levar em consideração seu status como filha da família Saimori. Esse compromisso tinha lá suas vantagens.

…Geez, para eu estar pensando sobre mulheres no trabalho.

Que desagradável. Ele soltou um suspiro e voltou o seu foco para o trabalho.

Conforme o Sol se punha, Miyo cumprimentou Kiyoka, que tinha voltado do trabalho, na entrada sozinha.

“Bem-vindo de volta[3], danna-sama.”

“...Estou de volta.”[4]

Até mesmo o jeito dela falar era exatamente como o de uma serviçal. Mas ele decidiu não apontar esse fato.

“Erhm… Danna-sama.”

Enquanto ele tirava seus sapatos na entrada, Miyo falou suavemente.

“O que é?”

“...Eu peço perdão pelo que aconteceu essa manhã. Me colocando no seu lugar, dizendo que não podia comer comida feita por alguém em quem você não confia. Eu entendo como você se sentiu.”

“...”

“Isso… o jantar foi todo preparado por Yurie-san. O que foi preparado é o que será servido. Eu juro, não coloquei nenhum veneno na comida. Então por favor…”

Miyo pediu perdão e se pôs em uma posição prostrada[5]. Ele podia entender se ela se sentisse com raiva pela forma como a manhã transcorreu. Contudo, era desagradável ter alguém constantemente pedindo perdão. Tendo alguém pedindo perdão tão seriamente, fez Kiyoka se sentir como o vilão que estava abusando dela.

“Eu não estava realmente suspeitando de você.”

Kiyoka só era cauteloso com Miyo e queria dar um aviso a ela.

“Eu posso ter sido muito duro com você… Isso foi minha culpa.”

“N-Não… Esse não é o caso! A culpa foi minha.”

Enquanto Miyo encolhia sua pequena figura para longe, ela parecia ainda menor do que ela já era. O que surpreendeu Kiyoka, que não planejava intimidá-la.

Olhando para sua figura toda mais uma vez, ele percebeu que a aparência dela era bastante estranha. O kimono que ela vestia era tão mal feito que nem podia ser considerado como uma roupa velha. Apesar do corpo dela estar escondido sob as roupas, ela parecia muito magra e se podia determinar que ela não comia refeições adequadas. Quanto ao seu longo cabelo negro, este estava simplesmente amarrado. Ele deveria ser lindo e liso, mas estava sem forma e danificado. Aquelas pálidas pontas dos dedos também estavam longe das imaculadas mãos da filha que alguém importante deveria ter.

Esses dias, mesmo os plebeus que viviam na cidade estavam provavelmente mais bem arrumados do que ela estava. Ela tendia a baixar a cabeça, então era difícil para Kiyoka, que era alto, conseguir uma boa visão de seu rosto.

“Onde está sua comida? Você já comeu?”

“Eh… Uh… Eu…”

Miyo gaguejou.

Quando entraram na sala, Kiyoka viu que só uma porção tinha sido preparada. Se ela já tinha comido, ela poderia ter simplesmente dito. Mas sua falta de resposta…

“Você não comeu?... Por que você não preparou a sua própria porção?”

Miyo permaneceu completamente silenciosa.

Para Kiyoka, comer com a família ou com pessoas de quem ele era próximo era senso comum, algo normal. Contudo, este não parecia ser o caso para Miyo. Ou ela pensava que não tinha o direito de fazer isso?

Kiyoka suspirou e pensou consigo mesmo.

Uma garota muito estranha apareceu.


Notas

[1]Adaptado do termo japonês “Itterasshaimase” (いってらっしゃいませ)

[2]Adaptado do termo japonês “Ittekuru” (いってくる)

[3]Adaptado do termo japonês “okaerinasaimase” (お帰りなさいませ)

[4]Adaptado do termo japonês “tadaima” (ただいま). Mais informação: Kotobá

[5]Adaptado do termo japonês “dogeza” (土下座). Mais informação: Skdesu


Fonte (inglês): Novel Cool  

Tradução: Graceful Spring

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